Desdobramento e Bicorporeidade
F. Altamir da Cunha
Pergunta-me um irmão “se o espírito permanece preso ao corpo como um detento em uma prisão, até que aconteça o fenômeno da morte, ou se pode ter momentos de liberdade, independente deste fenômeno”.
O assunto merece algumas considerações. Devemos compreender que a encarnação do espírito não cria uma situação especial de prisão. Este poderá ter momentos de liberdade em condições específicas, entre elas, o sono ou qualquer outro estado de relaxamento, que proporcionem um certo entorpecimento dos sentidos. É comum ao dormirmos nos libertarmos parcialmente do corpo e realizarmos verdadeiras excursões no mundo espiritual. Na oportunidade nos encontramos com amigos, familiares e até inimigos que já estão desencarnados (mortos no aspecto biológico).
Ao acordarmos, trazemos as boas ou más impressões que estas excursões proporcionam, de acordo com os tipos de ambientes que freqüentamos. Entretanto, existem pessoas dotadas de condições orgânicas e espirituais especiais, para as quais este fenômeno se realiza com mais facilidade. Elas, de forma espontânea ou provocada, libertam-se do corpo, realizam tarefas de ajuda a espíritos encarnados e desencarnados necessitados. São conhecidas como médiuns de desdobramento.
Alguns espíritos reencarnados notabilizaram-se através deste fenômeno por uma característica muito especial – o dom da bicorporeidade –, o corpo físico permanecia em um local e o perispírito materializava-se em outro distante. Oferecemos para conhecimento do leitor dois nomes de destaque neste âmbito: Antônio de Pádua (santo católico) e Eurípedes Barsanulfo (médium espírita). Com relação a Antônio de Pádua, é conhecido o caso em que ele encontrava-se na igreja em Lisboa, cantando com outros frades, quando reclinou a cabeça como se dormisse. Naquele instante deslocou-se em espírito até Pádua, materializou-se e defendeu seu pai, que estava sendo acusado de algo que não cometera.
Com Eurípedes Barsanulfo, o médium de Sacramento-MG, eram comuns os desdobramentos com materialização através dos quais atendia a pessoas necessitadas. Eis um caso bastante conhecido: Encontrava-se Eurípedes na sala de aula com as crianças quando de repente adormeceu; os alunos já conheciam esta característica e então disseram: “seu Eurípedes já viajou!” Algum tempo depois retornou do transe e falou que esteve fazendo o parto de uma pessoa, e que tudo correra bem. Falou ainda que o marido da parturiente estava a caminho para que ele fosse assisti-la (ainda não sabia que a criança já havia nascido). Alguns minutos depois o homem chegou e ficou surpreso quando foi informado que já havia sido realizado o parto. Notando a estranheza do homem com a história, Eurípedes acompanhou-o. Ao chegar na residência, foi recebido com admiração: – Seu Eurípedes, eu estou bem, não precisava vir novamente! E o marido, mais uma vez, ficou sem nada entender. Estes exemplos são suficientes para concluirmos que a encarnação não representa uma prisão, e que o nosso perispírito (do espírito encarnado) mantém as mesmas propriedades do desencarnado, podendo, em condições propícias, materializar-se, desmaterializar-se, comunicar-se pela psicografia ou psicofonia, e sem materializar-se tornar-se visível a um médium vidente.
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terça-feira, 14 de setembro de 2010
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